quinta-feira, abril 22, 2010

Ó Pátria amada, idolatrada. Salve! Salve!

Quem me dera ter um controle remoto para dar replay em uma, apenas UMA cena do dia e rir bastante... para não chorar.

Estava eu, hoje em um cartório para tirar segunda via de uma certidão, e eis que enquanto espero o término do serviço, no balcão ao meu lado são atendidos dois jovens (um casal). Até aí, tudo bem...
Quando questionado, o rapaz não sabia dizer sua profissão (se é que realmente a tem) e quase todas as perguntas que lhe foram feitas, foram respondidas com muita dificuldade.
Quando superado o sufoco, surge um novo embaraço... Na declaração do documento, o indivíduo preencheu com letra de fôrma e no ato da assinatura, que deveria ser feita de letra de mão, ele simplesmente disse:

- Esse jeito eu não sei
- Mas a assinatura tem que ser assim [de letra de mão] (atendente)
- Mas eu só consigo assim [de fôrma], do outro jeito eu nem sei
- Eu vou te dar um papel, você vai treinando e daqui a pouco volta aqui e assina (atendente)

O restante dos acontecimentos não são relevantes...
O rapaz em questão tinha 18 anos e estava registrando um filho.
Sejamos francos em reconhecer o caos da situação: jovem, alfabetização limitada, sem profissão e repito: registrando um filho...

Aí eu pergunto (na mais realista das intenções): qual o futuro da pequena criança?
Não vejo como preconceito, visto que nas condições a qual estavamos, não tratava-se de alguém abaixo da linha de pobreza.
Concordo que aqueles que estão à frente e foram eleitos por nós, devem sim ser cobrados, porém não em sua integralidade, uma vez que a culpa não pode ser delegada a apenas uma parcela... Ainda mais quando nos deparamos com exemplos como esse, onde é demonstrado o nítido desinteresse.
Dias desse vi uma entrevista com a atriz Christiane Torloni, onde ela disse que detestava burrice, porque essa, ao contrário da ignorância (ou falta de informação), representa a preguiça do pensar.
Sábias palavras.

Acabamos fazendo da fama de "povo feliz", o sinônimo de "povo tolo"
"Rir é bom, mas rir de tudo é desespero."

Uma coisa é querer transformar o mundo em um lugar melhor
Outra coisa é transformar as pessoas, para tornar esse mundo melhor

Chega de discurso!




beijo.outro.tchau

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